quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

Presidente da Peixe BR diz que Tocantins pode despontar como um dos estados referência na produção da tilápia



O presidente da Associação Brasileira dos Piscicultores (Peixe BR), Francisco Medeiros, afirmou em entrevista à comunicação do Governo do Tocantins, que o Estado tem tudo para despontar como um dos estados referência na produção da tilápia no Brasil.
“Claro que pode, tem todas as condições para isso. O Governo tem um papel importante neste momento. Precisa gerar políticas que proporcionem segurança jurídica e evitar que segmentos do próprio estado atrapalhem o negócio”, disse.
Francisco também afirmou que a produção de tilápia no Estado pode gerar uma renda primária de mais de R$ 1 bilhão por ano. “Somente a capacidade de produção nos lagos das hidrelétricas é superior a 200 mil toneladas, isso gera uma renda primária da ordem acima de R$ 1,4 bilhão, sem considerar outros segmentos da cadeia de produção, uma conta simples e direta”, garantiu.
Questionado sobre quais são as características que mais se destacam para a produção da piscicultura, em especial da tilápia, no Tocantins, o presidente da Peixe BR elencou quatro fatores. “Primeiramente, há os recursos hídricos, neste caso os lagos das hidrelétricas, com boa qualidade da água e temperatura regular; segundo é a localização geográfica do Tocantins; terceiro, a parte de logística e; por último, a produção de grãos, já que o estado é a nova fronteira agrícola do Brasil. Onde tem grãos pode ter ração para peixe, um negócio puxa o outro”, explicou.
Mercado da Tilápia
De acordo com Francisco Medeiros, o mercado interno da produção da tilápia tem crescido nos últimos anos a taxas superiores a 10% ao ano e deve manter esse ritmo na próxima década.
O presidente da Peixe BR disse que o estado do Paraná, seguido de São Paulo são os principais produtores de tilápia no Brasil. “Atualmente, a tilápia representa mais de 80% de tudo que eles produzem, e eles conseguem comercializar seus produtos na maioria dos estados brasileiros, além de exportar. A produção nesses estados tem crescido a taxas superiores a de outros estados e o nível tecnológico adotado e um dos mais modernos do mundo”, afirmou.
Em relação ao mercado internacional, a produção mundial em 2018 foi de 5,8 milhões de toneladas, “principalmente na China, o maior produtor do mundo”, disse Francisco Medeiros. “Hoje é um produto comercializado em 140 países no mundo, temos grandes e eficientes produtores e temos que ser competitivos para ir para esse mercado”, complementou.
Francisco também disse que “atualmente, foi implantado o drawback [incentivo fiscal à exportação] da tilápia que desonera de impostos federais todos os insumos utilizados na produção quando o produto final se destinar a outros países. Além disso, a Apex [Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos] está participando de feiras internacionais para promoção de nosso produto”.
Desafios para o Tocantins
Com a liberação da tilápia em tanques redes no Tocantins, Francisco Medeiros explanou sobre os próximos desafios que o estado deve enfrentar. “O estado tem que demonstrar agora, na prática, a celeridade na liberação das solicitações de licenciamento ambiental e solidificar uma política tributária que proporcione atratividade ao negócio de piscicultura, principalmente a atração das empresas âncoras, que possam gerar grandes demandas de insumos, geração de emprego e negócios. Essas empresas virão quando encontrarem um ambiente atrativo”, disse.
O porquê da Tilápia
Questionado sobre o motivo de a tilápia ser tão bem aceita no mercado tanto nacional como internacional, Francisco Medeiros elencou alguns diferenciais que o peixe apresenta. Conforme demonstrado abaixo.
1. Ciclo de produção mais curto (em média 6 meses);
2. Taxa de conversão alimentar melhor, transforma melhor ração em carne;
3. Em relação ao melhoramento genético, existe um trabalho que melhora a cada ano as matrizes e, consequentemente reduz o tempo de produção, melhora a conversão e melhora também o lucro do produtor;
4. Produz um filé sem espinhas em "y", o que gera aceitação por todas as pessoas e faixas etárias;
5. Possui sabor suave que permite que se adapte as mais diversas culinárias;
6. É comercializado em 140 países, e um produto conhecido no mundo;
7.  O mercado mundial do produto está em expansão.
O presidente da Peixe BR também destacou que a maior empresa do mundo na área de melhoramento genético de peixe está instalada no Tocantins. “Um grande avanço para o melhoramento de tilápia no Brasil e no mundo. Esperamos um futuro brilhante com a vinda desta empresa para o estado”, concluiu.
Peixe BR
A Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR) visa valorizar, fomentar e defender a cadeia da produção de peixes cultivados no Brasil, que em 2017 atingiu 691.700 toneladas, com receita de cerca de R$ 4,7 bilhões. A piscicultura gera cerca de 1 milhão de empregos diretos e indiretos.
A Peixe BR resulta da fusão da Associação Brasileira da Indústria de Processamento de Tilápia (AB Tilápia) e da Associação Brasileira dos Produtores de Tilápia e concentra suas atuação na atividade de peixes cultivados.

Nenhum comentário:

Postar um comentário